21.4.11

Querido Blogue,

vinha aqui protestar por causa da greve dos maquinistas da CP, mas entretanto foi desconvocada e fiquei sem nada para dizer. Não, mentira, por acaso não fiquei porque esta cena da greve está-me aqui entalada. Não nego o direito à greve de ninguém, antes pelo contrário, mas gostava de perceber quais os motivos que levaram a estas greves. Parece que tem qualquer coisa a ver com a forma como a CP aplicou a norma do Orçamento do Estado relativa aos cortes salariais, insurgindo-se contra a redução dos valores pagos pelas horas nocturnas, pelo trabalho extraordinário, em dia de descanso e feriados. Pois, então os senhores não apreciaram lá muito os cortes que levaram por causa do PEC. Ah, mas espera o PEC não era para todos? Era. Ah, e a CP é uma empresa pública? Sim. Ah, então e a administração da CP não cedeu perante as greves, pois não? Cedeu. A troco de quê? Pois não sei mas gostava de saber, visto que a CP tem um buraco de muitos milhões nas suas contas. Mas disso, ninguém fala. E os maquinistas ainda acham que têm direito a protestar contra uma medida que foi aplicada sobre todos os funcionários públicos menos eles que são especiais. Deve ser por trabalharem para uma empresa falida. Lindo. Depois ainda falam da tolerância dos funcionários públicos? Que sim, que também acho que não há motivo para isso, mas já que foram eles que  foram aguentando o barco nos últimos meses à conta dos cortes que levaram (excepção aos srs. da CP) e que possivelmente serão os mais sacrificados com a vinda do FMI, deixem-nos em paz que bem merecem a tarde. E não, não sou funcionária pública. 

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