6.4.11

Carta de amor ao FMI

Querido FMI,
ora sê muito bem-vindo. Por favor, nunca mais nos deixes. Nós não sabemos viver sem ti e precisamos de ti como de pão para a boca.
Como primeira medida de austeridade sugiro que feches o parlamento. Assim como assim não faz cá falta e são menos 200 macacos a mamar ordenados e ajudas de custo. O PR podes-lhe dar um chuto no cu e recambiá-lo direitinho para a casa da coelha. Não precisamos de governo. Andamos em auto-gestão aos anos. Acaba com as empresas públicas que são autênticos sorvedouros de dinheiro. Extingue as fundações, os amiguismos, os subsídios gordos para quem não os precisa.
Querido FMI, rogo-te que fiques aqui com a gente, que ponhas a justiça nos eixos, que revoluciones a educação e pares de combater o insucesso na secretaria em vez de ser na sala de aula. Acaba com auto-estradas gratuitas, quem usa tem que pagar. Fomenta o mercado do arrendamento. Acaba com as obras milionárias que não trazem riqueza. Vende os estádios de futebol, esquece o TGV e melhora a linha que temos. Melhora a rede de transportes, faz com que seja mais barato recorrer aos transportes do que ao automóvel. Pára de dar magalhães, de dar diplomas do 12º pelas novas oportunidades. Aposta nas pescas, na agricultura, estimula as exportações.
Querido FMI, eu bem sei que não és o nosso salvador nem a luz ao fundo do túnel. Tu não estás cá para nos fazer felizes, mas sonhar não custa. És um mau namorado e em vez de vires aliviar o garrote da austeridade vais apertar um bocadinho mais. Deixa lá, nós somos uma espécie de vítimas de violência doméstica. desculpamos sempre, dizemos que foi a última vez, mas depois levamos uma e outra vez. Assim somos nós contigo.
Olha FMI, faz o que tens a fazer e põe-te a andar. A gente daqui por 10 ou 20 anos vê-se outra vez.

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