21.11.14

Querido Blogue,

Se há coisa que me tira do sério é a desonestidade. É por isso que tenho tão pouca tolerância para a malta das cábulas.
Se eu algum dia desse aulas não havia de haver aluno que eu apanhasse com cábulas e que não tivesse um grande e redondo zero.
Este permissismo, esta conivência com estas situações é simplesmente errada. Destrói os valores. Faz prevalecer o chico-espertismo. O mesmo que depois vemos por todo o lado na nossa sociedade e do qual tanto nos queixamos.

18.11.14

Querido blogue,

sabes que profissionalmente não estás numa boa fase quando sempre que falas de trabalho, começas a tremer que nem varas verdes.

Coisas que me atormentam,

Pessoas que estendem sacos de plástico.

17.11.14

Querido Blogue,

o cheiro daquele cantinho entre o o fim do pescoço e o principio do ombro
adormecer em conchinha
acordar de manha e ficar na ronha a sorrir um para o outro
beijos na testa
abraços apertados
sorrir tanto que ficam a doer as bochechas
aquele olhar embevecido
aquele sorriso cúmplice que só nós dois entendemos
borboletas na barriga
aquele bate-couro inteligente que eu gosto
esbardalhar-me a rir quando quero fingir-me zangada
lutas de almofadas 

Tenho saudades. Muitas saudades. Não desta ou daquela pessoa específica, mas de ter este sentimento por alguém.

13.11.14

Querido blogue,

porque é que não se pode chamar gorda, pote de banhas, badocha, balofa, mas se for magra, anoréctica, esquelética, pau de virar tripas, já ninguém se importa?

É isto mesmo

"É mais ou menos como a droga - os viciados passam a vida à procura da mesma sensação que tiveram a primeira vez que consumiram. No amor é o mesmo, para algumas pessoas. Andam uma vida inteira à procura da vertigem que sentiram a primeira vez que amaram alguém. As dores de estômago, o coração a bater mais depressa do que o que é recomendado pelos médicos, as noites sem dormir, as horas ao telefone, desliga tu, não, tu primeiro, a vontade de morrer nos braços daquela pessoa tal é o amor que se sente. Replicar isto é impossível. É preciso uma boa dose de ingenuidade, de crença absoluta, de disponibilidade mental e emocional para sofrer os horrores (e as alegrias) do primeiro amor. Nunca mais se ama como daquela primeira vez. Tentamos convencer-nos que assim é melhor, ninguém aguenta tanta palpitação, tanto tempo de estômago apertado, tanta incerteza, loucura, cegueira, desassossego. Tentamos convencer-nos que assim é melhor, um amor tranquilo, cúmplice, confortável, seguro. Mas no fundo, bem no fundo, caladinho que nem um rato, queremos sentir outra vez - mais uma vez que seja - a vertigem, a entrega total sem pensar em mais nada porque mais nada importa. O calor a consumir cada minuto do dia.
A filha de uma colega de trabalho sofreu um desgosto de amor. Tem o coração partido, amachucado, quase em cinzas. O primeiro amor da vida dela acabou, não porque ela já não o ame mas porque ele é uma besta. E mesmo depois de ter sido traída muitas e muitas vezes ao longo de quatro anos (ela só tem 20), depois de muitas desilusões, ela acabava nos braços dele porque aquela sensação - aquele fogo no coração - valia por tudo. Diz ela que tem medo de nunca mais voltar a gostar de ninguém como gosta dele. Todos temos, miúda. Todos temos."

11.11.14

Querido blogue,

hoje tive provavelmente o pior dia de sempre em termos profissionais, Foi de tal maneira que ma enervei ao ponto de chorar. Chorar no local de trabalho. Kill me now.
Odeio confrontos. Evito ao máximo e sempre que o meu interlocutor é uma pessoa difícil prefiro baixar a cabeça e ouvir. Não dizer nada. Só quero que aquilo acabe para eu poder continuar a minha vidinha.
Não sou daquelas pessoas que tem sempre a resposta na ponta da língua. Quantas e quantas vezes vim para o meu canto pensar "devia ter dito X", "devia ter respondido "Y".
Não falo de coisas que não sei, não mando bitaites, não falo mal de pessoas, não instigo conflitos. Não me congratulo com os insucessos dos outros e não me tento por bem na vida à custa de rebaixar terceiros.
Não entro em bate bocas e tento sempre defender a minha posição educadamente.
Não me dou bem com gritos e faltas de educação. Não me dou bem com o caos.
Não perco a paciência nem o controlo com facilidade.
Sou de lágrima fácil, mas não encaro chorar como uma fraqueza, é só mais uma maneira de expressar as minhas emoções. Mas não no local de trabalho. Nunca no local de trabalho.

9.11.14

Querido blogue,

há um motivo para eu ter muito poucos amigos. É que só muito poucos são dignos desse estatuto. Tenho padrões muito elevados no que aos amigos diz respeito e não tenho paciência para pessoas que não se enquadram nesses padrões. E quando alguém atinge esse estatuto e depois me desilude acabo por ficar triste. Ás vezes penso que o problema está em mim. Deveria baixar os padrões? ter menos expectativas? Contentar-me com menos? Acho que não. Responder a uma mensagem é tipo o mínimo da educação. Enfim. Acho que preciso de pessoas novas. Só que esta era uma pessoa nova.