21.11.11

Conversas improváveis com o meu chefe

Chefe aka idiota, paspalho, careca, palhaço de merda e outros nomes fofinhos que lhe chamamos consoante o estado de espírito: Mary, sabe do Dr. Asdrúbal?
Mary aka estagiária reles de 5ª categoria: Quem?
Chefe: O Dr. Asdrúbal.
Mary: Ah o Asdrúbal! O Asdrúbal foi ao bar, já volta.
Chefe: Mas está a brincar comigo?
Mary: Não, mas por momentos fiquei confusa é que pensava que o grau de doutor era apenas reservado a quem fazia o doutoramento ou ocupava elevadas posições dentro da hierarquia empresariaal,  e como Asdrúbal só tem 23 anos, acabou de sair agora da faculdade e é um reles estagiário como eu pensei que não estávamos sequer a falar da mesma pessoa. Mas esqueci-me que o Asdúbal é homem, tem pilinha e só por isso ganhou o estatuto a doutor a partir do momento que se licenciou. Já eu não tenho pilinha e por isso tenho de me matar a trabalhar para provar que sou tão digna do meu título académico como qualquer machista desmiolado.

Mesmo a propósito deste assunto vem este post da Maçã. No meio desta história toda nem sequer é o facto do uso do Dr. (apesar de achar completamente idiota tratar um recém-licenciado-estagiário por Doutor) que me chateia. Eu nunca fui doutora (nem pretendo que me tratem assim, longe de mim!), muito menos engenheira (ainda que seja engenharia a minha formação), sempre fui "a Mary", ou a "nova estagiária" ou a "menina nova" (para as operadoras da linha). Não me chateia, não preciso do Dr. antes do nome para fazer melhor o meu trabalho. Mas chateia-me, chateia-me mesmo estas diferenças no tratamento como se uns fossem filhos da mãe e os outros filhos da puta.

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