As viagens de comboio são um esforço hercúleo para mim.
Normalmente, viajo com um pequeno trolley (cheio de roupa, quase a rebentar pelas costuras), uma mochila térmica carregada de comida que a minha rica mãezinha insiste que eu leve (mesmo sendo eu uma adulta responsável capaz de fazer todas as minhas compras de supermercado), um saco de mão (geralmente com sapatos e parafernália vária que não cabe no trolley) e ainda a minha mala (que facilmente se percebe é enorme e está cheia de tralha). Para além disto carrego também um casaquinho (no caso de estar frio, porque o ar condicionado do comboio gela-me sempre). Frequentemente, acontece ter de substituir o saco de mão pela mochila do portátil, o que trás dificuldades acrescidas uma vez que só tenho dois ombros, mas duas mochilas.
Para além da logística extremamente complicada que é carregar toda esta tralha, toda e qualquer operação de entrada e saída do comboio é, como facilmente se percebe, um difícil sacrifício que é necessário cumprir. Junte-se a isto o ter de percorrer uma carruagem à procura de um lugar que na maioria das vezes está ocupado, a velhinha atrás de nós que nos empurra enquanto se luta pelo lugar que é nosso por direito, e por fim, pegar no trolley, na mochila, e no saco de mão, que têm um peso considerável e ter de os elevar bem acima da minha cabeça para os colocar naqueles suportes nada práticos, isto tudo para quem mal pode com uma garrafita de água de um litro e meio (sim, sou fraquinha...).
Por isso se algum dia me quiserem identificar é fácil: sou a bimba de alestares que carrega com mais sacos do que tem braços.
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