temos um novo circo mediático montado: Simba, o cão que foi abatido a tiro depois de entrar em propriedade privada.
O que eu gostava mesmo é que esta malta que se indigna com a história de um cão (por mais triste e legítima que seja), se indignasse da mesma maneira sempre que uma mulher morre ás mãos do marido ou companheiro, sempre que os corruptos roubam descaradamente aquilo que é de todos, ou sempre que uma criança morre à fome algures no mundo, ou vítima de maus tratos, ou de exploração sexual ou de trabalho infantil.
O que eu gostava mesmo é que o ano passado se tivessem feito 46 petições públicas ao cuidado de Pedro Passos Coelho, para que se fizesse justiça por cada mulher morta em situações de violência doméstica.
O que eu gostava mesmo era que se tivesse feito uma petição para que se fizesse justiça no caso de todos os cidadãos que têm dívidas à segurança social tal como o nosso primeiro ministro.
O que eu gostava é que a malta protestasse com a mesma violência no facebook do Cavaco.
O que eu gostava é que esta indignação saísse à rua quando há manifestações contra os abusos de todo um governo contra os direitos de milhares de trabalhadores e reformados deste país,
Mas não, fazem-se petições a pedir justiça para cães.
Parece-me que temos aqui um problema na priorização de assuntos relevantes, mas isso sou só eu que sou uma cabra fria sem sentimentos.
4 comentários:
engana-se. não temos aqui problema nenhum a menos que por aí haja algum problema. por aqui temos um cao assassinado que não invadiu propriedade privada como tendenciosamente escreve (veja que afinal já tem aí um problema: o de escrever sem apurar situações. Um cao assassinado, e a justiça que se vai fazer para que o criminoso pague, de alguma forma, pelo que fez. O que eu gostava mesmo de saber, para usar a sua cansativa repetição era de saber quantas foram as petições que já assinou na vida, quantas vezes saiu de casa para alimentar quem precisa, quantos foram os caes por si acolhidos em situação desesperada, a quantas crianas já deu explicações pro bono ou em quantas campanhas de recolha de roupa e calçado, comida e material escolar para doar a quem precisa, já foram por si levadas a cabo. mas suspeito que não iria gostar da resposta, portanto, deixe-se estar.
Carissimo (a) CPrice, deixo-me estar, pois bem. Mas não sem antes lhe dizer que o bem que se faz não se apregoa. Se faço muito ou pouco a mim me diz respeito. Faço aquilo que acho que devo fazer. Veja, podia perguntar-lhe o que já fez você, para vir aqui dar-me lições de moral, mas olhe não estou nem aí para isso. Não quero saber, não me interessa, não é da minha conta.
O que escrevi, escrevi-o com base na informação disponibilizada pelos OCS, mas para a próxima prometo fazer um trabalho de investigação dedicado e quiçá dirigir-me ao local para poder apurar factos antes de escrever.
Podia aproveitar e justificar mais uma vez o meu ponto de vista, mas olhe pontos de vista são como as vaginas, cada um tem a sua.
Volte sempre. Vou tentar escrever mais sobre assuntos que lhe possam despertar a atenção no futuro, já que me diverti imenso a ler o seu comentário e igualmente a responder. Finalmente arranjei uma espécie de hater anónimo a quem dar atenção. Divirta-se. Aposto que há muito texto por este blog fora a aguardar o seu sábio comentário.
Não acho que sejam causas mutuamente exclusivas. Por eu exigir justiça para um cão não quer dizer que não me indigne com outros tipos de violência.
Já pensei como tu, mas hoje percebo que há espaço para todas as lutas e que nenhuma é menos digna que a outra. Os animais também merecem respeito e bom-trato, e se eles não se conseguem defender das injustiças, ainda bem que há quem os defenda e prioritize. Acredito que ainda continuam a ser mais aqueles que não querem saber deles, e nem por isso essas pessoas estarão mais interessadas noutras matérias (essas que consideras relevantes).
Vanessa,
concordo contigo não são de todo mutuamente exclusivas. E eu apesar do post que fiz, também concordo que os animais têm de ser bem tratados, respeitados, protegidos, defendidos. O que me revoltou mesmo foi o circo mediático montado até à volta do assunto, as petições, as reportagens na TV, achei desproporcionado face a outras situações tão ou mais graves.
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