Inveja é não poder ter e por isso não querer que o outro tenha. Inveja é não querer que o colega do lado tenha sucesso, inveja é não querer que a amiga vista bem e que desejar que caia numa poça cheia de lama quando vestir a sua melhor roupa, inveja é não querer que o primo vá para destinos paradisíacos, mas se ele for oxalá que lhe percam as malas, ou que apanhe uma gastroenterite e passe os dias de cama.
Inveja é perder uma bolsa de investigação e desejar que o trabalho corra mal à pessoa que ficou com ela, como eu já ouvi.
Inveja é receber o ordenado mínimo e achar bem que os cabrões dos funcionários públicos que recebem mais de 1500€ percam parte do salário e deviam era ainda perder mais, porque se eu só recebo a miséria do ordenado mínimo, os outros também deviam receber. Guess what, a maioria das pessoas que recebe 1500€ fez por isso na vida, e com excepção de raros casos (como há em todo o lado), sem dúvida que merecem o que recebem.
Tenho medo desta gente, gente invejosa, gente ressabiada, gente que se puder destrói o que os outros têm só porque não suportam a felicidade alheia, só porque eles não podem ter, ou se calhar porque trabalhar para isso dá muito trabalho. Quanto mais penso nisto, mais me convenço que um país é o espelho dos seus cidadãos. Temos o país que merecemos: pequenino. Tal como são as nossas mentalidades.
1 comentário:
Não poderia concordar mais.
Coitadinhos dos funcionários públicos, que vão ver os aumentos e os subsídios congelados. Mesmo assim, continuam a não ter as mãos atadas como a quantidade cada vez maior de precários que, à pala da brincadeira dos recibos verdes, ganham o que der na veneta do empregador e, se este o despedir porque sim, não há cá subsídio de desemprego nem baixas que acudam.
E sim, a inveja pode ser saudável quando nos inspira a fazer algo para termos o que é um objecto de inveja. Quando azaramos quem tem o que nós queremos ter, isso á é maldade pura.
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