Dou comigo muitas vezes a pensar qual é o meu problema. E cheguei a duas conclusões. Nenhum dos problemas é de facil resolução, mas partilho aqui para quando precisar de voltar a esta reflexão.
Por um lado sou muito exigente com as pessoas com quem me relaciono. Há alguns valores universais pelos quais me guio e que exijo que quem me rodeia também os possua. Chamo a isto o meu compasso moral. Isto quer dizer que sou pura a impoluta? Ahahahah. Não. Vá-de retro! Não sou e jamais serei a madre Teresa de Calcutá. Isto faz com que vá eliminando pessoas da minha vida sempre que elas me mostram quem são na realidade. Tenho tolerância zero para racismo, homofobia, intolerância, egoismo, narcisismo, ignorância, hipocrisia e cinismo. E desculpas esfarrapadas também. Antes uma verdade dolorosa do que uma mentira piedosa. Sou má e fria e vou fazer call on your bullshit se achar que mereces. Não papo grupos. Isso faz com que eu caia no espectro das cold heart bitches.
Por outro lado não tenho espaço para acolher a partilha da minha vida com outra pessoa. Tenho 32 anos e vivo sozinha. Não me imagino a dividir o meu espaço com ninguém. Não imagino ninguém a mudar-se para aqui. Não é só pela falta de espaço fisico. É também uma coisa mental. Habituei-me a estar assim. A ser dona e senhora do meu nariz. A chegar quando quero. A sair quando quero. A ter todo o tempo do mundo e mais algum. A deixar a loiça suja no lava loiça. A não aspirar a casa se não me apetece. A decidir como e a quem dedico o meu tempo. A fazer planos de improviso e viver bem assim. Não me imagino a lavar a roupa suja de ninguém. Porque partilhar a vida com alguém é giro, mas há cuecas que precisam ser lavadas no fim do dia. E eu acho que não estou preparada para isso. E assim fica difícil arranjar espaço para encaixar outra pessoa na minha vida.
1 comentário:
Olha, tenho mais dois anos do que tu e já percebi que se há coisa que nos acontece na vida é mudarmos de opinião. :) É bom que sejas exigente e seletiva com as pessoas, acho que isso é sinal de inteligência. Não temos que conviver com gente que não nos diz nada, agree on that! Contudo, não leves isso demasiado à letra porque às vezes pode ser importante perceber que apesar de diferenças de opinião/ valores em relação a alguns tópicos, há pessoas que podem, simplesmente, valer a pena porque têm outros tantos aspetos/características que as tornam interessantes ou até complementares a nós. Não temos que concordar em tudo. Claro que só tu podes julgar o que será, ou não, suportável para ti em alguém. Quanto ao teu espaço... parece-me que quando conheceres "a pessoa" tudo isso vai acabar por cair por terra. E se não queres lavar as cuecas de ninguém, arranja um homem que divida essa tarefa, ou outras, contigo. Alguém que também seja descomplicado com as horas, que se consiga encaixar na tua dinâmica e tu na dele sem isso ser um grande drama. É assim que funciona quando se ama e é bom. Compreendo que o dia-a-dia e a gestão doméstica matam uma relação, mas só se deixarmos.
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