31.5.10

Querido Blogue,


Por mais que eu goste de sapatos de salto alto, os meus pés não gostam. O que os meus pés gostam mesmo, mesmo é de se sentirem livres, de andarem descalços, longe de sapatos opressores e apertados. Sou grande fã de chinelos que se pudesse usava o ano inteiro, como não posso, uso ténis, ou botas (de biqueira larga, confortáveis, que não me magoem). Por mim (ou pelos meus pés) não havia calcanhares magoados, dedos apertados, plantas dos pés dormentes. Podia dizer (para ficar bem na fotografia) que amo de paixão sapatos de salto alto, que uso todos os dias, que tenho uma colecção tal que já não sei onde pôr tanto sapato, mas estaria a mentir.

Tenho algumas sandálias de verão, com salto em cunha e a isso se resume a minha incursão pelos sapatos de senhora. Ah, e os sapatos dos casamentos e do baile de finalistas. Os meus pés não gostam de sapatos de salto alto. Se eu gosto? Gosto. Se eu fico a babar por alguns sapatos lindos que vejo nas montras? Fico. Se eu uso? Nem por isso. Uma mulher com sapatos de salto alto fica elegante? Fica. Uma mulher com os pés em sangue e esgares de dor a cada passo, nem por isso.

27.5.10

Querido Blogue,

Há realidades que não percebo por mais que ponha os miolos a trabalhar, e atenção que eles até nem são de muito fraca qualidade (modéstia e basófia à parte), mas se há coisa que me faz espécie é ver moças a acharem-se as Carries Bradshaws da vida sem perceberem que isso as torna assim um bocado para o parolo, mais ou menos ao mesmo nível das sopeiras fãs de Tony Carreira. 

14.5.10

Odeio#6


Que mexam nas minhas coisas sem me pedir autorização. Ou que me peçam autorização para mexer nas minhas coisas. Ou pior, que mexam nas minhas coisas sem pedir autorização, não peçam desculpa por isso, não devolvam o que pegaram e depois de eu ter pedido para não estragar, façam ouvidos moucos ao meu pedido. A sério, fico fora de mim. Não sei se é egoísmo, se é um amor desmedido ao que é meu, mas não gosto de emprestar. Não gosto, pronto. É meu e não é de mais ninguém. 

Isto porque assim que pus os pés fora de casa, a minha rica irmãzinha adolescente resolveu apropriar-se de uma das minhas malas. Sem me pedir, sem me dar cavaco, agarrou e começou a usar como se lhe pertencesse. Até aí tudo bem, olhos que não veêm, coração que não sente. O pior foi quando eu vim de fim de semana e a tipa com a mala ao ombro como se esse sempre tivesse sido o seu lugar. Engoli o orgulho e em nome do bom convívio familiar, disse-lhe que podia usar, mas para não levar para a escola para não estragar. Claro que sim, não quero estragar o que é teu, cheia de salamaleques. E eu sosseguei. Passado um mês, regresso  a casa e dou com ela a chegar a casa com a MINHA mala, vinda da escola, com uma tonelada de tralha lá dentro. A sério, fiquei doida! E ela como se nada fosse, tá tudo bem, a minha irmã é uma bacana e empresta-me as cenas dela e eu sou a raínha da cena, porque sou bué de estilosa com as coisas dos outros. Ai minha menina, nem sabes o que te espera! 

Agora vou ali acalmar-me para arranjar um plano maléfico de vingança e já cá volto.

Cabeça de alho chocho

Tinha pensado em qualquer coisa muito interessante para escrever aqui, mas entretanto varreu-se-me.