22.4.11

Querido Blogue,

e daqui me vou para um merecido descanso. Sem o merecido salário ainda na conta, férias de pobre, para não me habituar a grandes luxos que isto também não está para gastos. Fosse eu uma blogger decente e deixava aqui umas fotos xpto à laia de aperitivo, mas não há paxorra para estar a carregar imagens, dá muito trabalho e eu tenho sono que acordei cedo e não dormi nada de noite.
Com licença e uma Boa Páscoa, sim?

21.4.11

Querido Blogue,

vinha aqui protestar por causa da greve dos maquinistas da CP, mas entretanto foi desconvocada e fiquei sem nada para dizer. Não, mentira, por acaso não fiquei porque esta cena da greve está-me aqui entalada. Não nego o direito à greve de ninguém, antes pelo contrário, mas gostava de perceber quais os motivos que levaram a estas greves. Parece que tem qualquer coisa a ver com a forma como a CP aplicou a norma do Orçamento do Estado relativa aos cortes salariais, insurgindo-se contra a redução dos valores pagos pelas horas nocturnas, pelo trabalho extraordinário, em dia de descanso e feriados. Pois, então os senhores não apreciaram lá muito os cortes que levaram por causa do PEC. Ah, mas espera o PEC não era para todos? Era. Ah, e a CP é uma empresa pública? Sim. Ah, então e a administração da CP não cedeu perante as greves, pois não? Cedeu. A troco de quê? Pois não sei mas gostava de saber, visto que a CP tem um buraco de muitos milhões nas suas contas. Mas disso, ninguém fala. E os maquinistas ainda acham que têm direito a protestar contra uma medida que foi aplicada sobre todos os funcionários públicos menos eles que são especiais. Deve ser por trabalharem para uma empresa falida. Lindo. Depois ainda falam da tolerância dos funcionários públicos? Que sim, que também acho que não há motivo para isso, mas já que foram eles que  foram aguentando o barco nos últimos meses à conta dos cortes que levaram (excepção aos srs. da CP) e que possivelmente serão os mais sacrificados com a vinda do FMI, deixem-nos em paz que bem merecem a tarde. E não, não sou funcionária pública. 

19.4.11

Querido Blogue,

sinto-me uma anormal por precisar do carro, tê-lo à porta de casa e preferir andar de transportes e sair de casa 30 minutos mais cedo, para chegar 30 minutos mais tarde do que é costume. Sim, sou um pouco deficiente, eu sei, escusas de o dizer.

15.4.11

Querido Blogue,

a minha mãe diz que desde que comecei a trabalhar estou muito rabujenta e que caso eu não saiba não sou a única que trabalho cá em casa. Verdade, não nego. Não acho que esteja mais rabujenta apenas deixei de ter paxorra para aturar merdas dos outros. Ou dela, para ser mais concreta. E não me peçam para ser compreensiva e boazinha e que ainda tenha que ouvir as historietas diárias que ela insiste em contar com um sorriso na cara e que tenha muita pena dela. O trabalho custa a todos, mas a uns mais que outros. Eu acordo todos dos dias as 06.15 da manha e não depois das 7 como ela, saio de casa ás 07.30 e não as 08.45 como ela, faço exactamente 39, 6 km até ao meu local de trabalho e não 5 km como ela, trabalho 8 horas e não 5,5 como ela, chego a casa sempre depois das 19 e não antes das 17 como ela. Todos os dias. Não faço mais nada que não seja casa-trabalho-trabalho-casa, sendo que a única paragem que faço é só ali na segunda circular quando há transito. Portanto não me fodam, mas se estou rabujenta e mal disposta até tenho todo a direito a isso. E também tenho direito a deixar o quarto desarrumado de manha. E também tenho direito de não querer que façam do meu pc tampo de secretária e também tenho direito de dizer para não mexerem na minha mala. Ou de pedir para as pessoas falaram mais baixo ou não cantarem. E espante-se até tenho o direito de querer estar sozinha no meu quarto ao fim do dia sem ter de o partilhar com uma adolescente parva.
E a páscoa que nunca mais chega para eu ir para longe daqui. Hunf.

14.4.11

Querido Blogue,

detesto, detesto, detesto que mexam nas minhas coisas, que entrem no meu quarto comigo lá dentro e comecem a mexer nisto, a mexer naquilo, a meter as mãos dentro da minha mala como se a mala lhes tivesse agarrado ás mãos por acaso, a ver o que está em cima da cómoda ou a abrir as gavetas "distraidamente" enquanto falam ao telefone. Detesto ainda mais quando chamo a atenção e as pessoas ficam muito indignadas porque não estavam a mexer, nem a coscuvilhar, imagine-se só e para melhorar viram rapidamente o bico ao prego dizendo que eu é que devo ter segredos ou coisas que não quero que ninguém veja, o que não era o caso. Apenas não gosto que mexam nas minhas coisas e não percebo porque as pessoas insistem em fazê-lo quando estão carequinhas de saber que eu não gosto. Mas mais que mexer o que mais me irrita é a atitude que vem depois do eu não estava a fazer nada, tu é que levas tudo a mal.

13.4.11

Querido Blogue,

na semana passada mais concretamente de quarta par quinta, acordei lá pelas 4 da manha com barulho de vozes. Assustei-me, não percebi logo de onde é que aquilo vinha e fiquei à escuta. Volta e meia tornava a ouvir vozes de pessoas que percebi então que vinham do quarto ao lado, da casa do vizinho. Eu, que até tenho um sono para o pesadote, acordei com barulho vindo do quarto ao lado. Não sei o que estavam a fazer (não era sexo, nem nada que se parecesse) mas não estavam lá com muita vontade de parar. E cada vez que estava a pegar no sono, pumba, mais um ruído e despertava outra vez. E o tempo a passar. E eu que daí por uma hora ia ter de acordar, eu que ainda só tinha dormido 4 horas e eu que tenho um mau acordar do caracinhas. Ás tantas passei-me e mandei duas palmadas na parede (fiquei com a  mão meia dormente por instantes). O barulho foi tal que a minha mãe acordou a pensar que os quadros estavam a cair das paredes, mas foi remédio santo, nem mais uma palavrinha que ouvi e fez-se silêncio, fecharam o estore bem devagarinho, e meteram-se na cama. Desde aí que a coisa tem andado sossegadita mas hoje quer-me cá parecer que vamos ter festa outra vez. Se a coisa não melhora lá vai a minha mãe levantar-se outra vez a meio da noite à procura de um quadro caído no meio do chão.

12.4.11

Querido Blogue,

the poster is done. Yey! O que não é assim tão yey é que exactamente daqui por 4 horas estou a tirar o cu da cama para ir trabalhar. Shit.

11.4.11

Querido Deus dos Ordenados,

se me estás a ouvir, por favor, faz com que eu receba já no dia 21.

Querido Blogue,

Faltam menos de 12 dias para estar com ele outra vez. Vamos finalmente poder apreciar uns dias na companhia um do outro coisa que não sei já o que é desde Novembro.
Estou a 3/4 de distância de me livrar para todo o sempre de ter de voltar a olhar para a minha tese. Vamos lá atirar com isto para trás das costas de uma vez e acabar com esta dor. Já me arrependi tanto mas tanto de ter aceite este trabalho. Se o arrependimento pagasse imposto eu seria a nova melhor amiga do FMI sem qualquer problema.
Amanha acordo as 06.15 e ainda estou aqui. O pior é que amanha tenho uma pilha de papelada de cima da secretária para despachar e por este andar a produtividade amanha não estará propriamente no auge.

10.4.11

Querido Blogue,

Eu gostava tanto de parar de procrastinar.

7.4.11

Querido Blogue,

haja paxorra para fazer o caraçinhas do poster. Tou tão farta, mas tão farta, mas tão farta deste projecto que oficialmente terminou em Novembro, mas para o qual continuo a dar horas, horas da minha vida e para quê, han? Para quê? Para nada, porque quem realmente vai tirar algum partido dele não serei eu com toda a certeza. Ainda por cima de pouco ou nada me serviu andar ali a lamber, a lamber a ver se sobrava uma bolsinha para mim e nada, bem que podia esperar sentada. Ou deitada, porque sentada era capaz de ganhar calo.

6.4.11

Carta de amor ao FMI

Querido FMI,
ora sê muito bem-vindo. Por favor, nunca mais nos deixes. Nós não sabemos viver sem ti e precisamos de ti como de pão para a boca.
Como primeira medida de austeridade sugiro que feches o parlamento. Assim como assim não faz cá falta e são menos 200 macacos a mamar ordenados e ajudas de custo. O PR podes-lhe dar um chuto no cu e recambiá-lo direitinho para a casa da coelha. Não precisamos de governo. Andamos em auto-gestão aos anos. Acaba com as empresas públicas que são autênticos sorvedouros de dinheiro. Extingue as fundações, os amiguismos, os subsídios gordos para quem não os precisa.
Querido FMI, rogo-te que fiques aqui com a gente, que ponhas a justiça nos eixos, que revoluciones a educação e pares de combater o insucesso na secretaria em vez de ser na sala de aula. Acaba com auto-estradas gratuitas, quem usa tem que pagar. Fomenta o mercado do arrendamento. Acaba com as obras milionárias que não trazem riqueza. Vende os estádios de futebol, esquece o TGV e melhora a linha que temos. Melhora a rede de transportes, faz com que seja mais barato recorrer aos transportes do que ao automóvel. Pára de dar magalhães, de dar diplomas do 12º pelas novas oportunidades. Aposta nas pescas, na agricultura, estimula as exportações.
Querido FMI, eu bem sei que não és o nosso salvador nem a luz ao fundo do túnel. Tu não estás cá para nos fazer felizes, mas sonhar não custa. És um mau namorado e em vez de vires aliviar o garrote da austeridade vais apertar um bocadinho mais. Deixa lá, nós somos uma espécie de vítimas de violência doméstica. desculpamos sempre, dizemos que foi a última vez, mas depois levamos uma e outra vez. Assim somos nós contigo.
Olha FMI, faz o que tens a fazer e põe-te a andar. A gente daqui por 10 ou 20 anos vê-se outra vez.

Querida Mãe,

não, não me vou levantar 5 minutos mais cedo para fazer a cama. Acho que é suficiente levantar-me ás 6.15 todos os dias e sinceramente fazer a cama é o que menos me preocupa. Paciência. Passo exactamente 12 horas fora de casa, 8 das quais a trabalhar, 1 delas na pausa para almoço e o que sobra em viagens para cá e para lá. Infelizmente não estou a 15 minutos do meu local de trabalho como tu. Sim é só acordar 5 minutos mais cedo, mas se te incomoda assim tanto podes fazê-la tu. Afinal tens bastante mais tempo livre do que eu.

5.4.11

Querido Blogue,

Até tinha coisas giras para contar, mas agora não me apetece.

1.4.11

Querido Blogue,

está calor em todo lado menos dentro de casa.